Uma menina de 3 anos foi fotografada dormindo com as mãos amarradas em uma cadeira na mesma escola onde um menino de 4 anos também foi encontrado preso pelos pulsos e pela cintura.
Os casos aconteceram na escola particular Shanduca - Berçário e Pré Escola, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Relembre abaixo.
O menino, com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e não verbal, foi encontrado amarrado em uma cadeira dentro do banheiro pelas equipes da Guarda Municipal e do Conselho Tutelar após uma denúncia de maus-tratos.
A suspeita de amarrar a criança é uma professora da instituição, que foi presa em flagrante pela GM. O caso ocorreu na segunda-feira (70), no bairro Iguaçu.
Após o caso do menino ser revelado, o barbeiro Bruno Incott recebeu a foto da filha presa pelas mãos com fita adesiva. Na imagem, ela aparece dormindo amarrada na cadeira e com a cabeça encostada na parede.
Segundo o barbeiro, a menina chegou a relatar aos pais agressões por parte das professoras.
"Ela teria beliscado outra criança, então eles teriam amarrado ela. É horrível, a gente busca o melhor pros nossos filhos e acaba acontecendo uma situação dessas, é bem triste", disse.
O g1 procurou a defesa da professora e da escola, porém não teve resposta até a última atualização desta reportagem.
Segundo o delegado que investiga o caso, Erineu Portes, a professora que foi presa deve passar por uma audiência de custódia nesta quarta-feira (09).
Além disso, a polícia quer ouvir outras pessoas que trabalham na escola para entender mais sobre o caso.
"Já entramos em diligências em sentido de localizar a proprietária da escola e também a pedagoga que serão inqueridas. Vamos ouvir também outras funcionárias do colégio que poderão ter envolvimento", disse o delegado.
Ainda conforme o delegado, na terça-feira (08), o pai de mais uma suposta vítima registrou um boletim de ocorrência sobre uma possível situação de maus tratos no ano de 2023.
Nesta terça-feira (08), o Ministério Público (MP) pediu a conversão da prisão dela para preventiva, para, segundo o MP, "resguardar a ordem pública e também proteger as crianças que permanecem sob os cuidados da professora, como medida de prevenção e proteção".
A advogada que representa as famílias das duas crianças, disse que vai pedir que os casos corram em conjunto.
"Protocolei uma notícia complementar pedindo a extensão da investigação. Gostaria e fiz esse requerimento de que a investigação corra em conjunto pra que seja mais fácil e pra que as pessoas sejam devidamente responsabilizadas", falou.
Menino foi amarrado mais de uma vez
A família do menino de quatro anos descobriu que esta não foi a primeira vez que a criança foi submetida a esse tipo de situação.
"Ele não tem noção que foi torturado. Como ele também não fala, a gente não sabe desde quando estava ocorrendo isso. A gente quer que o pessoal pague por isso", desabafa a mãe, Mirian de Oliveira Ambrozio.
A criança é não verbal – ou seja, tem dificuldades significativas em se comunicar por meio da fala. No local, a equipe a encontrou sozinha, amarrada pelos pulsos e pela cintura com tiras de tecido. Ela estava presa a uma cadeira dentro do banheiro da instituição de ensino.
Aos agentes da Guarda Municipal, a professora afirmou que amarrou o aluno porque "ele estava muito agitado".
Depois que as imagens gravadas pelo Conselho Tutelar repercutiram, a advogada que representa a família recebeu novas denúncias. Uma delas, que incluía novas imagens, mostra a criança amarrada em uma sala. Ainda não se sabe quem a prendeu nesta outra situação.
"A gente teve acesso a mais dois vídeos, ele com roupas diferentes, o que indica que são em dias diferentes", afirma o pai do menino, Augusto Ambrósio.
Fonte: G1
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