O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai passar por um novo procedimento cirúrgico na manhã desta quinta-feira (12), com o objetivo de impedir o fluxo de sangue em uma região do cérebro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realiza, desde às 7h25 o novo procedimento cirúrgico. A expectativa da equipe médica é que o procedimento dure cerca de uma hora.
A intervenção busca barrar novos sangramentos como o que obrigou o político a ser internado em São Paulo, no Hospital Sírio-Libanês, onde foi submetido a uma cirurgia de emergência na madrugada de terça (10).
Lula vai passar por um procedimento endovascular. Segundo os médicos que o acompanham, a intervenção foi decidida ontem e faz parte da “programação terapêutica”. A nova cirurgia – embolização de artéria meníngea média – pretende remover o sangue que se acumula entre o cérebro e a camada protetora de tecido encefálico.
Um boletim divulgado na tarde de ontem anunciou a decisão dos médicos. Em seguida, o cardiologista Roberto Kalil Filho, médico pessoal do presidente, conversou com jornalistas em frente ao hospital.
“A necessidade é avaliada conforme a evolução do paciente”, disse ele, classificando o procedimento como de baixo risco e afirmando que ele foi muito discutido ontem entre os médicos.
Segundo Kalil, trata-se de uma espécie de cateterismo, com o objetivo de reduzir o risco de novos sangramentos. “É uma cirurgia simples, sem grandes riscos”, declarou.
“Já estava sendo discutido, como complemento ao procedimento cirúrgico, esse tipo de embolização, que é um tipo de cateterismo, que ele vai embolizar a chamada artéria meníngea. Por que? Porque quando você drena o hematoma, existe uma pequena possibilidade de, no futuro, as pequenas artérias da meninge ainda causarem um pequeno sangramento”, disse.
“Esse procedimento não é em centro cirúrgico, é numa sala de cateterismo. Esse procedimento deve demorar em torno de mais ou menos uma hora. É via femoral, é um procedimento relativamente simples e de baixo risco”, reiterou.
Na noite de segunda-feira, 9, Lula, de 79 anos, sentiu fortes dores de cabeça e foi encaminhado para a unidade de Brasília do Sírio-Libanês. Após exames, uma hemorragia cerebral foi constatada, e o presidente precisou ser transferido de avião para a capital paulista. Ele passou por um procedimento de trepanação – que consiste na perfuração do crânio com o objetivo de acessar o espaço intracraniano – para drenagem do hematoma.
Boletins
Uma nova atualização do estado de saúde do chefe do Executivo federal está prevista para as 10h de hoje. O primeiro boletim de ontem dizia que o presidente estava “lúcido”, “orientado” e “conversando”. Segundo o informe médico divulgado às 16h pelo Sírio-Libanês, Lula permanecia sob cuidados intensivos. “Passou o dia bem, sem intercorrências, realizou fisioterapia, caminhou e recebeu visitas de familiares.”
A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, escreveu em suas redes sociais que o presidente teve um “mais um dia tranquilo de recuperação”. Segundo ela, em breve Lula voltará “renovado para seguir trabalhando com o Brasil”. Em sua manifestação, a primeira-dama não citou a necessidade do novo procedimento cirúrgico. Por decisão da equipe médica, o presidente poderá receber visitas somente de familiares. A previsão inicial era que ele tenha alta hospitalar na próxima semana.
O neurologista Diogo Haddad, chefe do Centro Especializado em Neurologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explicou que a embolização da artéria meníngea média é um procedimento preventivo para evitar novos sangramentos relacionados a hematomas subdurais (entre a cabeça e o crânio), como o que acometeu o presidente.
Segundo Haddad, a realização da embolização não indica, necessariamente, piora no quadro clínico. “Pode ser uma medida preventiva e protocolar para garantir o controle eficaz do sangramento e minimizar o risco de recorrência do hematoma. É uma estratégia complementar para otimizar os resultados do tratamento.”
Fonte: RICtv
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