Edmilson Marques de Oliveira, conhecido como Cria ou Di Ferro, apontado como chefe do Terceiro Comando Puro (TCP) no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, foi morto nesta sexta-feira (26) durante uma operação emergencial da Polícia Civil. Contra ele, havia três mandados de prisão em aberto.
Na última semana, o traficante aparece em imagens celebrando uma aliança entre o TCP e a facção Guardiões do Estado (GDE), do Ceará. Nas imagens, ele está de camisa branca e encapuzado, empunhando um fuzil, cercado por pelo menos 20 homens armados.
No discurso gravado, Cria afirmou que os grupos passariam a atuar em conjunto contra o Comando Vermelho.
“Quem quiser vir, pode vir; se fechar com a gente, as portas estão abertas. Agora, se for contra a gente, vão matar todo mundo”, disse o criminoso, que ainda convocou bandidos de outros estados para enfrentar o CV.
Violento e temido
Segundo investigadores e moradores da comunidade, Cria era temido na região e chegou a cometer homicídios por motivos banais — como discussões em jogos de cartas. Ele vinha sendo monitorado há meses pelas forças de segurança.
“Ele matava não só adversários, ele matava moradores, adolescentes, e há relatos inclusive de que ele matou uma pessoa idosa. Ele era conhecido como o homem da guerra e que planejava todas essas guerras por disputa territorial”, afirmou o secretário de Polícia, Felipe Curi.
Segundo relatos de moradores, a ascensão de Cria na Maré foi marcada por episódios de violência. Eles afirmam que o traficante mandou executar pessoas na comunidade, o que aumentou o clima de medo e reforçou a rejeição ao seu comando.
Uma das histórias mais citadas por moradores da Maré envolve a morte de um homem que teria derrotado Cria em um jogo de cartas. Após uma discussão, o traficante determinou que ele ficasse em casa, em uma espécie de prisão domiciliar. Dias depois, quando o homem saiu à rua, Cria foi avisado e o executou.
Nesta sexta, a polícia informou que identificou uma movimentação de criminosos na Maré para atacar uma comunidade rival e mandou equipes para evitar confrontos. No cerco, houve revide dos traficantes, e no confronto Cria acabou morto.
Apontado como um dos chefes do Terceiro Comando Puro (TCP), Cria assumiu o controle da comunidade em maio, após a morte de Thiago da Silva Folly, o TH, em ação do Bope.
Mas nome de Cria já aparecia em relatórios de investigações recentes. Em julho de 2024, a Delegacia de Homicídios pediu a prisão dele e de outros 4 traficantes da Maré pela morte de 2 policiais do Bope durante ação, no mês anterior, no Morro do Timbau.
Fonte: G1
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