As famílias de dois dos quatro homens mortos no Paraná após cobrar uma dívida pedem mais rigor nas investigações da polícia e na localização dos suspeitos. Três deles saíram de São José do Rio Preto (SP) e encontraram o quarto cobrador em Icaraíma.
Os principais suspeitos são Antonio Buscariollo, de 66 anos, e seu filho Paulo Ricardo Costa Buscariollo, de 22. Ambos estão foragidos desde 6 de agosto.
Em nota ao g1 nesta sexta-feira (24), a Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou que não há novidade sobre as investigações.
Em nota ao g1 nesta sexta-feira (24), a Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou que não há novidade sobre as investigações.
Os corpos de Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso e Alencar Gonçalves de Souza foram localizados com marcas de tiros, em 18 de setembro, em um espaço coberto por plantas a 650 metros do local onde a picape usada pelas vítimas foi localizada, no dia 12 do mesmo mês. Relembre o caso abaixo.
Robishley Hirnani e Rafael Juliano foram sepultados em 21 de setembro em São José do Rio Preto, já Diego Henrique foi sepultado em Olímpia (SP), na mesma data.
Mais de um mês após o sepultamento dos corpos, as esposas de Robishley e Rafael revelam estar sem novas informações sobre o desenrolar das investigações no PR.
Ao g1, Denise Cristina Pereira, esposa de Robishley, diz que teme pela própria vida e de seus familiares, já que os suspeitos estão soltos.
“É uma sensação de impunidade e medo porque sabemos do que eles [suspeitos] são capazes, e, às vezes, só estão esperando abafar o caso para se vingar da gente, por termos ido longe e descoberto muita coisa sobre aquela família”, comentou.
Denise teve dois filhos com Robishley: uma menina de oito anos e um bebê de apenas 10 meses. Segundo ela, a notícia do encontro dos corpos foi um dos momentos mais difíceis para a família.
Já o coronel Hudson Leôncio Teixeira, secretário de Segurança Pública (Sesp) do Paraná, informou, no dia 13 de setembro, que o pai de uma das vítimas recebeu uma carta anônima dizendo onde o carro delas estava. Um informante também colaborou com as investigações.
Fonte: G1
Mais de um mês após o sepultamento dos corpos, as esposas de Robishley e Rafael revelam estar sem novas informações sobre o desenrolar das investigações no PR.
Ao g1, Denise Cristina Pereira, esposa de Robishley, diz que teme pela própria vida e de seus familiares, já que os suspeitos estão soltos.
“É uma sensação de impunidade e medo porque sabemos do que eles [suspeitos] são capazes, e, às vezes, só estão esperando abafar o caso para se vingar da gente, por termos ido longe e descoberto muita coisa sobre aquela família”, comentou.
Denise teve dois filhos com Robishley: uma menina de oito anos e um bebê de apenas 10 meses. Segundo ela, a notícia do encontro dos corpos foi um dos momentos mais difíceis para a família.
“O encontro dos corpos foi triste, mas libertador ao mesmo tempo, pois precisávamos de uma resposta e, graças a Deus, tivemos. A minha rotina é intensa e, além de tudo, tenho um bebê, que na época do desaparecimento só tinha sete meses, e hoje é totalmente dependente de mim... Um bebê que não vai ter recordações do pai”, desabafa.
Robishley, Rafael Juliano e Diego Henrique viajaram em 4 de agosto de São José do Rio Preto para Icaraíma, contratados por Alencar para cobrar uma dívida. Eles atuavam havia cerca de 13 anos na cobrança de débitos. Segundo a polícia, Alencar vendeu uma propriedade rural por R$ 255 mil à família Buscariollo, mas nenhum valor havia sido pago.
À reportagem, a esposa de Rafael, Meire de Souza, revelou que tem sido difícil elaborar o luto, principalmente por saber que os principais suspeitos ainda não foram presos.
“É triste porque ainda não vivemos o luto e sofremos muito por não ter respostas. Os bandidos parecem que somos nós, pois vivemos com receio e eles [suspeitos] soltos. O Brasil inteiro espera por justiça, que ainda não vimos ser feita”, relatou.
Ainda segundo Meire, a família faz contato com a equipe da Polícia Civil do Paraná com frequência, mas não consegue obter uma resposta que traga conforto.
“Eles [policiais] não dizem nada. Se eu mandar mensagem agora, por exemplo, respondem: ‘Está sob investigação’”, finaliza.
Em 13 de setembro, a Polícia Civil do Paraná prendeu, em Icaraíma, um homem de 31 anos que estava em um veículo com placas adulteradas. Após o flagrante, a prisão foi convertida em temporária, já que havia uma suspeita de que ele teria auxiliado na execução dos cobradores. Depois de 30 dias, o homem foi liberado em 13 de outubro, e a polícia informou que ele não tem ligação com os homicídios.
Investigação
À época da localização dos corpos, o delegado Tiago Andrade Inácio, da Polícia Civil do Paraná, informou que foram feitas escavações na região onde a picape dos desaparecidos havia sido localizada, no dia 12 de setembro, em Icaraíma. Os corpos estavam em um ponto com plantas jogadas em cima, a 500 metros de distância do local.
Já o coronel Hudson Leôncio Teixeira, secretário de Segurança Pública (Sesp) do Paraná, informou, no dia 13 de setembro, que o pai de uma das vítimas recebeu uma carta anônima dizendo onde o carro delas estava. Um informante também colaborou com as investigações.
Ainda conforme apurado pelo g1, cinco bunkers e 17 esconderijos foram encontrados na mesma área onde estavam o carro e os corpos dos quatro homens que foram assassinados ao cobrar a dívida.
Rafael morava em São José do Rio Preto, era casado, pai e avô. Proprietário de uma chácara, um barracão e uma casa que mantinha para aluguel, vivia da renda desses imóveis. Eventualmente, também aceitava fazer serviços de cobrança para conhecidos, atividade que o acabou levando à viagem;
Robishley tinha dois filhos: uma menina de sete anos e um bebê de oito meses. Amigo de Rafael, decidiu convidá-lo para a viagem, sendo que, segundo a esposa dele, os dois já haviam trabalhado juntos em outras ocasiões;
Diego, que era morador de Olímpia, acompanhava Rafael e Robishley na viagem ao Paraná, também com a missão de cobrar a dívida;
Alencar, por sua vez, foi quem contratou os serviços do trio. Conforme apurado pela reportagem, o homem era próximo da família.
Quem são os suspeitos?
Quem são os suspeitos?
No dia 6 de agosto, a polícia foi até a propriedade no distrito de Vila Rica do Ivaí onde os quatro haviam visitado para a cobrança da dívida.
No local, Antonio Buscariollo e Paulo Ricardo Costa Buscariollo receberam a equipe e foram levados à delegacia.
“Eles [Antonio e Paulo] confirmaram que havia um negócio envolvendo a compra e venda de uma propriedade rural entre Alencar e dois parentes deles, mas disseram que não tinham relação direta com a dívida”, explicou o delegado do Paraná Gabriel Menezes.
Quem são os suspeitos?
No dia 6 de agosto, a polícia foi até a propriedade no distrito de Vila Rica do Ivaí onde os quatro haviam visitado para a cobrança da dívida.
No local, Antonio Buscariollo e Paulo Ricardo Costa Buscariollo receberam a equipe e foram levados à delegacia.
“Eles [Antonio e Paulo] confirmaram que havia um negócio envolvendo a compra e venda de uma propriedade rural entre Alencar e dois parentes deles, mas disseram que não tinham relação direta com a dívida”, explicou o delegado do Paraná Gabriel Menezes.
Quando corpos e carro foram encontrados?
Os corpos dos homens foram encontrados com marcas de tiros e a 650 metros de onde o carro deles foi achado escondido em um bunker. Os pertences das vítimas – como celular e mochila – foram encontrados enterrados no mesmo lugar em que os corpos estavam.
O secretário do PR confirmou que o local fica dentro de uma área privada. O proprietário, de acordo com Teixeira, não é investigado e esteve em contato com as autoridades.
A picape foi encontrada coberta por uma lona dentro de um bunker, com marcas de sangue e tiros.
Durante as buscas pelas vítimas na região, duas munições de calibre 9 milímetros foram localizadas na propriedade vendida por uma das vítimas para os suspeitos, localizada próximo de onde o carro dos desaparecidos foi encontrado.
Foto: Reprodução

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