Advogado acredita que vereador premeditou assassinato de empresário no Paraná

(Foto: Reprodução / Redes Sociais)

O advogado Fernando Madureira, que representa a família de Guilherme Becher, contestou a versão apresentada pelo vereador e presidente da Câmara Municipal de Castro, Miguel Zahdi Neto (PSD), de que ele agiu em legítima defesa ao atirar contra o empresário uma confusão em um condomínio de chácaras em Ponta Grossa, no dia 20 de novembro. Guilherme acabou morrendo.

De acordo com Madureira, o empresário atirou contra o chão no dia da confusão e estava em sua residência. Além disso, afirmou que o vereador foi até a casa da família da vítima com outras sete pessoas e passou a fazer ameaças.

“Eles começaram as ameaças e provocações: chamaram a vítima de ‘bundão’, ‘seu bosta’ e diziam ‘vocês não sabem com quem estão se metendo”, disse o advogado.

Conforme o advogado, Becher então foi até o portão sem a arma em mãos e que ao se aproximar, efetuou alguns tiros contra o chão, não atirando contra crianças e nem os outras pessoas que estavam com Fadel.

O acusado já estava com a arma engatilhada e descarregou a pistola com 15 tiros contra a vítima, atingindo ao menos cinco disparos, incluindo enquanto a vítima já estava caída no chão. A mãe da vítima implorava para que ele parasse, mas, mesmo assim, continuou atirando”, afirmou Madureira.

A reportagem tenta contato com a defesa do vereador Miguel Zahdi Neto a respeito das falas da acusação.

Advogado afirma que vereador agiu de forma premeditada na morte de empresário

Fernando Madureira completou dizendo que o Neto Fadel agiu de forma premeditada, pois já estava com a arma engatilhada. “Ele efetuou pelo menos 15 tiros contra a vítima, atingindo pelo menos cinco disparos, inclusive quando Becher estava no chão”, finalizou.

Confusão entre vereador e empresário no PR pode evoluir para homicídio doloso

A Polícia Civil segue investigando uma confusão em um condomínio de chácaras em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, que acabou na morte do empresário Guilherme de Quadros Becher. O autor dos disparos seria o vereador e presidente da Câmara Municipal de Castro, Miguel Zahdi Neto (PSD), também conhecido como Neto Fadel.

A princípio, a Polícia Civil tratou o caso como legítima defesa do vereador. Contudo, conforme o delegado Luiz Gustavo Timossi, novos depoimentos podem mudar o andamento das investigações e há chance do vereador ser indiciado por homicídio doloso, quando há intenção de matar.

“Naquele primeiro momento, apenas os familiares do investigado vieram até a delegacia e, pelos relatos, apontam para uma legítima defesa. Posteriormente, vieram os familiares da vítima, que apresentaram versões diferentes. Com isso, os fatos podem apontar para um excesso de legítima defesa e um homicídio doloso”, explicou o delegado.

Câmeras de segurança captam tiros durante a confusão que acabou na morte do empresário

Câmeras de segurança instaladas no condomínio de chácaras onde aconteceu a confusão captaram barulhos de tiros naquela tarde do dia 20 de novembro, em Ponta Grossa.

Segundo o delegado, os primeiros tiros foram efetuados por volta das 17h51. As câmeras captaram quatro disparos, que, conforme as investigações, foram efetuados por Guilherme.

“Nesse vídeo aparecem os primeiros disparos, que, a princípio, foram efetuados pela vítima, ainda dentro de sua propriedade. Esses disparos teriam como intenção intimidar o investigado e seus familiares”.

A Polícia apreendeu na casa de Guilherme o revólver usado nesses disparos, além de uma espingarda e outra pistola. Tanto o empresário quanto o vereador tinham licença para posse de arma de fogo.

Segunda gravação captura barulho da troca de tiros entre vereador e empresário

A outra gravação da câmera de segurança captou o barulho da troca de tiros entre o empresário e o vereador. O relógio mostra 18h09, quase 20 minutos depois dos primeiros disparos. Ao todo, foram mais de 20 tiros efetuados.

Confusão envolvendo vereador termina em morte de empresário

Conforme relato da Polícia Civil do Paraná (PCPR), o vereador e o empresário Guilherme de Quadros Becher tiveram um desentendimento durante a tarde devido a barulhos no condomínio. O empresário, de 32 anos, se incomodou com o barulho de um quadriciclo, no momento em que crianças brincavam. 

A perturbação gerou uma discussão entre o vereador e o empresário. Alterado, Guilherme Becher teria sacado duas armas e realizado alguns disparos em direção a chácara de Fadel. O político então revidou e o empresário acabou baleado.

O rapaz foi levado ao hospital por populares, porém, não resistiu. A Polícia Militar do Paraná (PMPR) foi acionada e atendeu a ocorrência. O vereador chegou a ser detido, mas, acabou liberado após a PCPR identificar indícios de legítima defesa.

“O vereador Miguel e seus familiares compareceram na unidade policial e prestaram todos os esclarecimentos sobre os fatos. Após ouvir os envolvidos, avaliando a presença de indícios que apontam que os disparos realizados contra Guilherme se deram em contexto de legítima defesa, o Delegado Luís Gustavo Timossi, decidiu não atuar Miguel, que acabou sendo liberado”, informou a PCPR.

Nas eleições deste ano, Neto Fadel concorreu a prefeitura de Castro, mas não foi eleito. O espaço do portal RIC está aberto para os representantes dos envolvidos.

Quem era o empresário morto na confusão com vereador?

O empresário Guilherme de Quadros Becher, morto em uma troca de tiros com o vereador Neto Fadel (PSD), em Ponta Grossa, foi sepultado no dia 21 de novembro. O rapaz, de 32 anos, morreu na tarde do dia 20.

Conforme informações do portal aRede, a família de Guilherme Becher possui uma loja de materiais de construção, na região de Santa Paula. O empresário deixa namorada e familiares.

Nas redes sociais, amigos e parentes lamentaram a morte do empresário. Uma prima compartilhou fotos de Guilherme e escreveu: “Deus me dê força para aceitar e acreditar que isso está acontecendo”.

Fonte: RICtv