Doação de sangue salva vidas: Estado incentiva participação da população

Foto: Alessandro Vieira/SESA

São apenas 450 ml, volume que corresponde a um pouco mais de uma lata de refrigerante, mas que pode ser suficiente para salvar até quatro vidas. A doação de sangue representa muito na rede de apoio que é construída para ajudar pessoas que precisam de sangue de forma constante, quem sofre de doença falciforme (doença genética e hereditária causada por uma mudança no gene da hemoglobina) ou quem é vítima de um acidente. O sangue e seus derivados também são estratégicos para a indústria farmacêutica, na produção de medicamentos.

A Hemorrede do Paraná, vinculada à Secretaria da Saúde (Sesa), registrou 202.179 doações, numa média de mais de 16,8 mil doações por mês durante o ano de 2024. Neste ano, até 30 de novembro, foram registradas 197 mil doações, uma média de 17,9 mil doações por mês. Com a chegada de dezembro, com viagens e festas de fim de ano, a pasta reforça a necessidade de manter o fluxo das doações.

O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, reforça que doar sangue é um verdadeiro ato de amor. “A doação é fundamental para o atendimento das pessoas e também para ajudar no desenvolvimento de medicamentos. Por saber dessa importância é que a Sesa investe forte na estrutura para ampliar a capacidade de captação dentro do Paraná”, afirma.

A Sesa investe de forma constante na melhoria da infraestrutura de captação de sangue. No mês de novembro, foram entregues novos equipamentos de alta tecnologia (cadeiras de coleta, freezer) para o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) com investimento de mais de R$ 4,8 milhões.

Em Londrina, outra estrutura está em fase de finalização, que vai aumentar em 60% a capacidade atual de coleta do Hemocentro/HU. A nova Unidade de Coleta do Centro (UCC) terá quatro cadeiras de coleta e capacidade estimada para produzir cerca de 120 bolsas de sangue por dia, o que representa uma projeção mensal superior a mil bolsas. “Estamos pensando no crescimento da coleta para suprir os hospitais, que sempre estão precisando de sangue”, completa Beto Preto.

MILHARES DE VIDA – A estimativa de que apenas uma doação de sangue pode salvar diretamente até quatro vidas, e indiretamente milhares, está relacionada à forma que o sangue é utilizado. Ele é fracionado em quatro hemocomponentes: hemácias, plaquetas, plasma e crioprecipitado e cada um deles têm suas funções:

Hemácias - são utilizadas para tratar pacientes com anemia, perdas de sangue agudas e outras condições que causam deficiência de oxigênio nos tecidos.

Plaquetas - ajudam pessoas em tratamento quimioterápico - pacientes com câncer como leucemias e linfomas são os que mais utilizam as plaquetas. Elas também podem prevenir hemorragias e sangramentos em procedimentos cirúrgicos.

Plasma - o plasma do sangue doado pode ser usado para tratar pacientes com deficiências de fatores de coagulação, imunodeficiências, doenças hepáticas e traumas graves. Ele também é um fator de grande importância científica e pode ser usado para a produção de medicamentos.

Crioprecipitado - utilizado para controlar sangramentos em pacientes com deficiência de fatores de coagulação específicos.

QUEM PODE DOAR – Para doar é necessário ter entre 16 e 69 anos completos. Menores de idade necessitam de autorização e presença do responsável legal. Os homens podem doar a cada dois meses, no máximo quatro vezes ao ano. As mulheres, a cada três meses, num total de três doações ao ano.

O doador deve pesar no mínimo 51 quilos, estar descansado, alimentado e hidratado (evitar alimentação gordurosa nas quatro horas que antecedem a doação) e apresentar documento oficial com foto (carteira de identidade, carteira do conselho profissional, carteira de trabalho, passaporte ou carteira nacional de habilitação). O sangue retirado de um doador é reposto rapidamente pelo organismo e não causa nenhum prejuízo.

Fonte: AEN