A mulher, de 33 anos, suspeita de provocar a explosão de uma loja em um shopping de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, foi presa na última segunda-feira, 10, no bairro Vila Nova de Colares, no município de Serra (ES). Segundo a Polícia Civil, ela queria se vingar da dona do estabelecimento, que seria amante do seu marido.
A informação foi dada pelas autoridades nesta terça-feira, 11, durante uma coletiva de imprensa. A delegada Campos dos Goytacazes, Carla Tavares, afirmou que esse é o terceiro episódio de desavença entre as duas, inclusive, em um deles, houve lesão corporal.
“Ela insulta a vítima de várias formas, sempre imputando essa traição, dizendo que ela estava com o marido da autora. Em dezembro, a vítima fez um novo registro de ocorrência, desta vez, falando de ameaças, e dentre essas ameaças, inclusive, que incendiaria a loja da vítima. E agora, em fevereiro, dia 4 de fevereiro, ela efetivamente cumpriu todas essas ameaças”, afirmou.
Conforme a delegada, a suspeita foi até o shopping, entrou e ateou fogo na loja sem se preocupar em nenhum momento com outras pessoas que estavam ali. “Não só as pessoas que estavam no shopping, mas também as pessoas que estavam no interior da loja. Porque a vendedora estava no interior da loja e tinham duas pessoas comprando roupas”, esclarece.
Ainda segundo a autoridade, a explosão foi de grandes proporções, e aproximadamente dez lojistas tiveram danos em seus estabelecimentos devido ao crime. Além disso, três pessoas ficaram feridas: duas que estavam dentro da loja e um idoso, de 78 anos, que estava no banheiro do empreendimento, e não conseguiu sair a tempo. Ele inalou muita fumaça e está gravemente ferido.
Por sorte, a dona da loja não ficou ferida, porque percebeu a presença da suspeita já no corredor do shopping. “Ela estava do lado de fora, na porta da loja, quando ela viu a autora passando. Ao presenciar a autora, ela conseguiu correr”.
Logo após a prisão, a suspeita afirmou à polícia que o caso extraconjugal entre a vítima e o marido dela teria começado dentro da prisão. Os companheiros de ambas estão presos, e em uma das visitas, a dona da loja teria conhecido o rapaz, que responde pelo crime de tráfico de drogas.
Ainda segundo a delegada, fica clara a intenção da suspeita em acabar com a vida da vítima. O que corrobora para essa tese é o registro de ameaça, por parte da lojista, feito em dezembro de 2024 em uma delegacia.
“Quando a vítima fez esse registro de ameaça, ficou muito claro que a autora intencionava seifar a vida dessa vítima, porque ela falava, ‘eu vou matar’, ‘eu vou encontrar ela em qualquer lugar e vou matar’, ‘vou atirar fogo na loja e vou matá-la’”, revela Carla.
Outro fato que contribui para a tese, é que mesmo a vítima não estando dentro da loja, ela decidiu incendiar o local, com outras pessoas dentro. Uma das mulheres atingidas pela explosão afirmou em depoimento que pediu para a suspeita esperar porque seu marido estava no provador. “Não vou esperar nada. Eu estou aqui pra fazer isso e vou fazer”, a autora teria dito, segundo a delegada.
“Ou seja, ela ateou fogo na loja, sabendo que poderia matar outras pessoas, inclusive as pessoas que estavam comprando ali naquele momento”, finalizou. A suspeita responderá pelos crimes de incêndio e de tentativa de homicídio, e foi transferida ao sistema prisional do Rio de Janeiro.
Explosão
O caso aconteceu no último dia 4. Imagens de câmeras de segurança do shopping registraram a suspeita usando calça bege, blusa preta e boné, além de carregar uma mochila. Às 16h08, ela passa pela frente da loja pela primeira vez. Pouco depois, uma cliente, que aparenta desconfiar de sua atitude, para na porta e observa seus movimentos.
Um minuto depois, às 16h09, a mulher retorna, tira a mochila das costas e entra na loja. A cliente que observava a cena sai correndo. Logo em seguida, uma explosão destrói a fachada do estabelecimento. Segundos após a explosão, clientes e a mulher que entrou com a mochila fogem pelo corredor do shopping.
Duas mulheres que passavam pelo local escaparam por pouco de serem atingidas pelos destroços.
A Polícia Civil informou, em nota, que a perícia já foi realizada no local e que agentes da 134ª DP (Campos dos Goytacazes) estão analisando as imagens das câmeras de segurança e ouvindo testemunhas para esclarecer o caso. Outras diligências estão em andamento.
Fonte: Terra
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