Vacina contra VSR é incluída no SUS para combater a bronquiolite, anuncia Ministério da Saúde

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O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira (17) que vai incorporar duas novas tecnologias para prevenir complicações causadas pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) no SUS: a vacina Abrysvo, da Pfizer, e o anticorpo monoclonal Beyfortus, da Sanofi (leia mais abaixo). Segundo a pasta, a portaria será publicada nos próximos dias.

Na sexta-feira (14), a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) já tinha dado parecer favorável à inclusão das duas estratégias contra o vírus sincicial respiratório (VSR) no SUS.

Dados da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), o VSR é responsável por cerca de 80% de todos os casos de bronquiolite, principalmente entre os menores de 2 anos, e até 60% das pneumonias em crianças. Nessa faixa etária, a mortalidade em decorrência da infecção é maior.

A bronquiolite é uma síndrome respiratória que acomete as vias aéreas. A doença dificulta a chegada do oxigênio aos pulmões. O vírus se multiplica nas células do aparelho respiratório superior.

"As crianças brasileiras, com ou sem convênio, muito em breve poderão dispor de uma proteção contra o vírus sincicial respiratório, que é a principal causa de hospitalização no primeiro ano de vida", comemora Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Até então, a principal opção disponível para a prevenção do VSR no SUS era o palivizumabe, destinado a bebês prematuros extremos (com até 28 semanas de gestação) e crianças com até dois anos de idade que apresentassem doença pulmonar crônica ou cardiopatia congênita grave.

Com a incorporação do nirsevimabe, a expectativa é ampliar a proteção para 300 mil crianças a mais do que o protocolo atual. Já a vacina para gestantes tem potencial para beneficiar cerca de 2 milhões de nascidos vivos.

O g1 entrou em contato com o ministério para saber quando as tecnologias estarão disponíveis para a população e aguarda retorno. Em nota, a Sanofi informou que o anticorpo monoclonal deve ser disponibilizado na rede pública na temporada de VSR em 2026.

A vacina contra VSR

Desenvolvida pela Pfizer e aprovada pela Anvisa em abril de 2024, a Abrysvo é indicada para os dois grupos mais vulneráveis às infecções provocadas pelo VSR: os idosos e os bebês. Para gerar a proteção nos pequenos, o imunizante é aplicado na gestante, entre o segundo e terceiro trimestre.

No estudo de fase 3 para indicação materno-fetal, a Abrysvo se mostrou capaz de prevenir 82% das formas graves de doenças respiratórias causadas pelo VSR em crianças de até três meses de idade e 69% para bebês até os seis meses. Em idosos, a eficácia foi de 85,7% contra quadros graves provocados pelo VSR.

A vacina de dose única foi aprovada para dois grupos:

Pessoas com 60 anos ou mais

Gestante durante as semanas 24 e 36 da gestação (segundo ou terceiro trimestre)

"Quando a mãe recebe a vacina, os anticorpos produzidos por ela atravessam a placenta, fortalecendo o organismo do bebê, cujo sistema imunológico ainda está em desenvolvimento", explica Adriana Ribeiro, diretora médica da Pfizer Brasil.

O anticorpo monoclonal contra VSR

O nirsevimabe é um anticorpo monoclonal indicado para a prevenção do VSR em recém-nascidos e crianças até 24 meses.

Desenvolvido pela Sanofi e aprovado em 2023 pela Anvisa, o nirsevimabe é uma proteína produzida em laboratório que imita a capacidade do nosso sistema imunológico de combater patógenos nocivos, como os vírus. Aplicado em dose única, oferece proteção direta e rápida, uma vez que o anticorpo pronto não exige a ativação do sistema imunológico.

No SUS, ele será indicado para todos os bebês prematuros e/ou portadores de comorbidades.

A expectativa da Sanofi é que, considerando os trâmites atrelados à incorporação, o imunizante possa ser disponibilizado na rede pública na temporada de VSR em 2026. Até lá, poderá ser encontrado na rede privada, que já contará com o produto para a sazonalidade de 2025, com a cobertura dos planos de saúde determinada pela ANS.

Fonte: G1