O Spotify reconheceu que uma campanha de retrospectiva de 2024 teve um erro e associou a umbanda a “ritual” e “bruxaria”. O reconhecimento ocorreu durante audiência com o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, que apura suposto racismo religioso na situação.
Segundo a coluna Lauro Jardim, do O Globo, que revelou a decisão em primeira mão, o caso ocorreu durante a campanha de retrospectiva do streaming musical do ano passado. Na atividade, os usuários recebiam até “três fases musicais” pelas quais passaram durante o ano, que eram relacionados à canções da plataforma por intermédio de uma Inteligência Artificial.
Durante a audiência, o Spotify disse que não teve intenção em cometer o erro e que não seria possível afirmar que o termo “bruxaria” se referia à umbanda de maneira pejorativa, mas concordou em tomar providência, como ações afirmativas a serem estudadas. O encontro foi solicitado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP).
A CEAP então argumentou que, ao admitir que o uso dos termos ocorreu e que precisaram ser corrigidos, ainda que com pouco tempo, a empresa deixou “clara a incidência de racismo religioso”. Os advogados pontuaram ainda que o Spotify não poderia se eximir da culpa com justificativa de que foi uma “combinação involuntária” de termos e que foi resolvido rapidamente.
Foi definido pelo procurador da ação um prazo de 60 dias para as partes chegarem a um acordo. Caso não tenha um entendimento, o órgão deve seguir investigando o caso. Ainda não foi discutido se será determinado um valor de indenização.
O Metrópoles acionou a assessoria do Spotify para solicitar um posicionamento sobre o processo, mas não recebeu retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.
Fonte: Metrópoles
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