Médica agredida por fisiculturista precisará de cirurgias plásticas

Foto: Arquivo/Pato Branco Agora

Internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital em São Paulo, a médica de 27 anos espancada pelo namorado fisiculturista Pedro Camilo Garcia Castro, de 24, na semana passada, será submetida a “diversas” cirurgias reconstrutivas na face por causa das agressões. A informação é da advogada Gabriela Manssur, contratada pela família da vítima para acompanhar o caso.

De acordo com o relatório médico, a médica sofreu múltiplas fraturas no rosto, principalmente do lado esquerdo da face, e fraturas no nariz, com destaque para o desalinhamento entre os fragmentos ósseos e fechamento de parte das cavidades paranasais.

Agressão por ciúmes

A vítima foi agredida pelo namorado no último dia 14, data em que completou 27 anos. Ela e Pedro Camilo estavam em um apartamento alugado em São Paulo, desde o dia 12, para comemorar o aniversário da médica. Segundo a polícia, o fisiculturista espancou a namorada por ciúmes.

A agressão foi tão violenta que Pedro Camilo fraturou a mão. Ele fugiu com o carro da vítima para Santos, onde acabou preso em flagrante.

Vizinhos ouviram os gritos da médica e chamaram a polícia, que a encontrou no local gravemente ferida. Ela foi levada primeiramente para um hospital na capital paulista e foi transferida para o litoral, onde vive a família, dois dias depois.

Imagens das câmeras de segurança

No dia do crime, câmeras de segurança flagraram o fisiculturista entrando e saindo do apartamento (na foto de destaque) – que era um Airbnb – na Avenida Pavão, em Moema, na zona sul da capital. As imagens também mostram Pedro deixando o prédio.

A defesa do fisiculturista alega que Pedro Camilo possui quadro psiquiátrico, inclusive, com necessidade de medicação de uso controlado.

Em documento encaminhado à Justiça e obtido pelo Metrópoles, o advogado Danilo Pereira apresentou laudo que aponta que o suspeito iniciou tratamento de quadro de anorexia nervosa atípica, abuso de substâncias que não produzem dependência e impulsividade. Ele também estava em investigação para quadros de Transtorno Afetivo Bipolar e Transtornos Específicos da Personalidade.

O relatório psicológico, também anexado ao documento, apontou que Pedro Camilo apresentava prejuízos físicos, emocionais e sociais devido ao quadro de Transtorno Alimentar de Bulimia Nervosa e abuso de medicamentos anabolizantes, esteroides ou psiquiátricos sem o devido acompanhamento médico. O jovem não deu sequência ao atendimento, afirma o laudo.

O advogado do fisiculturista apresentou relatórios médicos e psicológicos à Justiça para justificar o pedido de medicação controlada, destacando “recente tentativa de suicídio” por parte de Pedro Camilo. Ele se refere à avaliação psicológica, que descreve “queixas depressivas e ideação suicida”, o que levou o jovem a uma internação domiciliar.

“Covardia e descontrole”

No despacho em que converteu a prisão de Pedro Camilo de flagrante para preventiva, o Juiz de Garantias da Vara Regional das Garantias da 7ª Região Administrativa Judiciária de Santos, Vinicius de Toledo Piza Peluso, destacou que o crime foi praticado com “violência exacerbada e brutalidade incomum”.

Além disso, a decisão, obtida pelo Metrópoles, levou em conta que o modus operandi do agressor denotou “covardia, descontrole emocional e periculosidade concreta”.

O juiz também levou em consideração o estado em que a vítima, a médica de 27 anos, foi encontrada caída ao solo, inconsciente, com a respiração ofegante e o rosto desfigurado e coberto de sangue.

Fonte: Metrópoles