Jéssica Cormick passa a comandar São Bernardo do Campo após afastamento do prefeito

Montagem/g1/Reprodução/Instagram

Com o afastamento pela Justiça do atual prefeito de São Bernardo do Campo por suspeita de corrupção, a cidade vai ser comandada a partir desta quinta-feira (14) pela vice-prefeita, Jéssica Cormick, do Avante, que é policial militar.

Aos 38 anos, ela é sargento da Polícia Militar de São Paulo desde 2005. Ela se afastou da corporação no ano passado, ao ser convidada pelo então deputado federal e candidato Marcelo Lima (Podemos) para ser vice na chapa dele.

Com a eleição da dupla no pleito de outubro de 2024, Jessica Cormick assumiu em 1° de janeiro deste ano seu primeiro cargo público eletivo da vida.

Antes disso, ela só tinha ocupado postos dentro da Polícia Militar, onde se especializou em Polícia Ostensiva e Preservação da Ordem Pública.

Segundo o site da prefeitura, atualmente a nova prefeita faz um curso de MBA em administração pública.

Cormick é casada com o também sargento da PM Éder, que conheceu durante o trabalho no 6° Batalhão da PM da cidade, e mãe de uma menina de nome Rafaella, nascida em 2013.

Ela foi escolhida para ser vice na chapa vencedora pelo próprio Marcelo Lima, que foi vice-prefeito de São Bernardo por dois mandatos na gestão de Orlando Morando (PSDB).

A intenção de Lima em indicar uma PM mulher para vice era justamente o de fazer gestos de sinalização para os eleitores bolsonaristas da cidade.

Marcelo Lima afastado

Marcelo Lima foi afastado do cargo após uma operação da Polícia Federal nesta quinta que apura um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro.

Procurada, a gestão do prefeito Marcelo Lima (Podemos) não havia dado retorno até a última atualização desta reportagem. O g1 também tenta localizar a defesa do vereador e do suplente.

A investigação começou após a polícia encontrar no mês passado R$ 14 milhões com um servidor apontado como o operador financeiro do prefeito. Segundo a PF, há indícios de corrupção e pagamento de propina para contratos com empresas nas áreas de obras, saúde e manutenção.

A polícia chegou a requerer a prisão de Lima, mas a Justiça negou o pedido. No entanto, determinou o afastamento dele do cargo por um ano e o uso de tornozeleira eletrônica, que será colocada logo após as buscas na casa dele.

O atual presidente da Câmara Municipal da cidade e primo do prefeito, vereador Danilo Lima Ramos (Podemos), também é alvo da polícia, assim como o suplente de vereador Ary José de Oliveira (PRTB).

Fonte: G1