Famílias das vítimas da explosão na fábrica de explosivos Enaex Brasil em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), têm sido alvo de tentativas de golpe e informações falsas. O alerta foi feito pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp), na noite de segunda-feira (18).
O encontro entre familiares e autoridades aconteceu em uma escola estadual da cidade. Estavam presentes representantes da Polícia Científica, Corpo de Bombeiros, Defensoria Pública e representantes da Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp).
Há uma semana, no dia 12 de agosto, nove pessoas morreram e sete ficaram feridas após a explosão.
De acordo com o coronel Fernando Klemps, chefe de gabinete da pasta, pessoas mal-intencionadas estão se passando por advogados e seguradoras para tentar obter vantagens financeiras.
"Temos hoje, infelizmente, pessoas se aproveitando, com má-fé, pra colher algum benefício desta tragédia. Tem pessoas que estão se passando por seguradoras, pessoas se passando por advogados relativos a conhecimento da causa, o que não é a verdade, até mesmo porque o processo está em sigilo", falou.
As autoridades não detalharam como os golpes estão sendo aplicados.
Ainda na reunião, as famílias receberam orientações sobre os trâmites burocráticos que devem enfrentar após a tragédia, como a identificação dos corpos, emissão de certidões de óbito e encaminhamento de despesas funerárias.
O defensor público Ricardo Menezes da Silva, que participou do encontro, reforçou a necessidade de colaboração da empresa para garantir os direitos dos atingidos.
"E colocar a instituição à disposição para que os direitos de todas as pessoas afetadas sejam assegurados. Existem os casos mais urgentes, como dos familiares dos que faleceram neste evento, mas de pessoas que foram afetadas de forma mais indireta, como aquelas que tiveram casas afetadas, a defensoria publica também esta à disposição deste publico", disse.
A explosão causou destruição em imóveis vizinhos à unidade da Enaex.
A explosão
A explosão aconteceu por volta das 5h50 da manhã de terça (12), em uma área de 25 metros quadrados que armazena material explosivo produzido pela fábrica. No momento do acidente, os materiais estavam sendo preparados para transporte, segundo a investigação.
Não há informações sobre o que causou a explosão.
Segundo o secretário de segurança pública do Paraná, Hudson Teixeira, a força da explosão fragmentou os corpos, tornando necessário o exame de DNA para comparação com material coletado das famílias.
As causas do acidente estão sendo investigadas pela Polícia Civil (PC-PR). O Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR) também apura o caso.
O que diz a Enaex Brasil
A Enaex Brasil lamentou o caso e informou que presta cuidados aos familiares das vítimas, oferecendo apoio integral. Diz também que as investigações sobre o caso foram iniciadas e que colabora com as autoridades.
Ainda na data do acidente, o Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar, Antonio Geraldo Hiller Lino, afirmou que a empresa estava regular em relação às normas de segurança contra incêndio, pânico e desastres do Corpo de Bombeiros.
Em nota, também na data do acidente, a Prefeitura de Quatro Barras informou que a empresa Enaex possui todas as licenças necessárias para o funcionamento, incluindo alvará e localização em conformidade com as exigências legais.
Fonte: G1
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