O desaparecimento de José Osvaldo Delanholo, dono do escritório de investimentos The Boss, em Curitiba, completa três semanas. A empresa é alvo de denúncias de calote. Pelo menos 800 clientes não tiveram retorno das aplicações. A estimativa é de que o prejuízo às vítimas possa chegar a R$ 1 bilhão.
A reportagem da Ric RECORD conversou com alguns clientes do escritório de investimentos acusado de calote. Eles registraram queixa na delegacia de estelionato da Polícia Civil do Paraná (PCPR). Cinco deles tentam recuperar o investimento de R$ 12 milhões.
De acordo com o representante comercial Luis Francisco Nowotarski, ele é cliente da The Boss desde 2018 e aplicou R$ 300 mil, que seriam da economia da família.
“Era para ter um aporte de R$ 10 mil. Daí não caiu no na data combinada e daí eu entrei em contato com a com a secretária da empresa. Daí que ela me explicou que a conta de investimento estava com um bloqueio”, revelou a vítima.
A vendedora Gesiane Azevedo foi outra pessoa a procurar a delegacia. Assim como Luis, ela também ficou sem o depósito mensal depois de uma aplicação de R$ 70 mil.
“Nós só estamos vendo crescer esse número de investidores. Cada hora aparece mais um”, disse a vendedora.
A reportagem do Balanço Geral Curitiba apurou que a The Boss, escritório de investimentos acusado de calote, é um braço do Futuree Bank, um banco digital com sede no bairro Batel, na capital paranaense, que serve de garantidor de crédito. Os donos dessa empresa são João Kobayashi e Eduardo Votobra, dois jovens com menos de 30 anos.
Eduardo é filho de Josué Votroba, um contador do mercado financeiro que atua como captador de clientes para a The Boss. Segundo as vítimas. Votroba usou as boas relações para atrair os novos investidores para o escritório investigado.
“Josué e o Eduardo que me induziram, pela amizade que nós tínhamos. Eles nos iludiram, iludiram a mim e a pessoas próximas. Através dessa amizade que eu vim para essa empresa”, disse Ramilton Barbosa.
Futuree Bank
O Futuree Bank surgiu como garantidor dos contratos assinados por investidores da The Boss. De acordo com documentos da Junta Comercial do Estado, o banco tem capital social de R$ 1 milhão e está registrado em nome de dois jovens, Eduardo Votroba, de 26 anos, e João Vittor Cobayash, de 27. O local de funcionamento fica em um prédio comercial no Batel, região nobre de Curitiba, onde, segundo a recepção, o atendimento só é feito mediante agendamento.
Durante a apuração, a reportagem tentou contato com os responsáveis no próprio edifício. Funcionários confirmaram a existência do Futuree Bank no sétimo andar, mas disseram que os proprietários nem sempre estavam presentes, já que em algumas ocasiões realizavam “serviço externo”. Apesar disso, confirmaram que o nome de Eduardo Votroba era visto com frequência no local.
osé Delanholo, sócio-proprietário da empresa, desapareceu no dia 7 de setembro. Ele usou um aplicativo de caronas às 23h30. De acordo com o boletim de ocorrência, ela tinha passado dias em um chalé localizado no município de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba.
Além disso, Delanholo prometeu quitar as dívidas entre os dias 10 e 16 de setembro, mas não apareceu. Os clientes acreditam que ele fugiu de propósito.
“Eu acho que até pelo teor do boletim de ocorrência, ele sumiu de propósito”, disse o representante comercial.
Fonte: RICTV
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