Mulher confessa ter matado ex-marido com 16 facadas e disparos de arma de fogo

Foto: Reprodução / Redes Sociais

Uma mulher, de 36 anos, confessou ter matado o ex-marido, identificado como Pedro Lourenço Junior, na madrugada de 29 de setembro, em Agudos do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. O corpo da vítima foi encontrado dentro da oficina mecânica onde ele morava, com 16 facadas e marcas de tiro.

Segundo a Polícia Civil do Paraná (PCPR), a residência foi invadida e Pedro, provavelmente, estaria dormindo no momento do ataque. A mulher e um amigo se apresentaram voluntariamente à delegacia de Fazenda Rio Grande, também na Região Metropolitana de Curitiba, e assumiram a autoria do crime. Ela prestou depoimento e foi liberada em seguida.

Em entrevista à Ric RECORD, a suspeita afirmou que sofria agressões constantes e decidiu agir para proteger a própria vida e a dos quatro filhos do casal.

“Eu matei. Era ele ou eu e as crianças que morreríamos. Ele falava que iria colocar todo mundo no carro e ia matar. Um dia ele era ‘bonzinho’ e, em questão de horas, era violento, criava fantasias na cabeça dele [..] e me batia muito. As crianças me socorreram várias vezes. Ele também batia nelas, não tinha mais o que fazer”, disse a mulher.

Segundo o advogado Fábio de Assis, que representa a suspeita, ela acreditava que o ex-companheiro planejava matá-la com a ajuda de um comparsa.

“Ela tinha informações de que ele iria receber dinheiro e usaria esse valor para pagar um comparsa para dar fim nela e na família. Diante dessa informação, ela não teve outra escolha que não fosse confrontar o seu agressor de muitos anos”, afirmou o advogado.

Familiares da vítima contestam a versão apresentada pela mulher e afirmam que a motivação do crime seria financeira. Pedro exercia a função de um tutor legal de uma prima e, segundo a família, a suspeita queria assumir o controle da curatela.

A mulher, no entanto, nega qualquer interesse econômico e afirma que o ex-marido não possuía bens em seu nome.

“O Pedro não tem nada no nome dele, era tudo do pai dele ou dessa pessoa que a gente cuidava. Ele era o tutor, mas sempre quem cuidou e morou na casa fui eu e o salário dela servia apenas para manter a chácara limpa, comida, água e luz”, afirmou.

Ela ainda afirmou que não se arrepende de ter cometido o crime. “Eu não me arrependo, estou aliviada. Meus filhos estão dormindo melhor, não estão com medo dele chegar a todo momento.”

Pedro Lourenço Junior tinha passagens pela polícia por tráfico de drogas e violência doméstica. Já a ex-esposa havia sido presa por porte de arma em julho deste ano.

A Polícia Civil segue investigando o caso e, até o momento, ninguém foi preso.

“As investigações ainda procedem. A gente tem a possível autoria e estamos analisando a motivação para saber o que de fato aconteceu. O que temos conhecimento é que havia um habeas corpus preventivo expedido pelo Tribunal de Justiça com relação a uma das investigadas. Aguardamos o caminhar da investigação para poder finalizar em analisar a questão da prisão”, disse o delegado Paulo Cesar Ribeiro.

Fonte: RICTV