O delegado Fabiano Moza, da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil do Paraná, falou sobre as investigações que apuram a morte da menina de dois anos, registrada em 7 de junho de 2025.
A mãe de 20 anos e o padrasto de 34 estão presos. Na data dos fatos, a mãe e informou que a criança teria caído no banheiro de casa e não respondia aos estímulos. Durante o atendimento do Samu, os médicos perceberam que a versão não condizia com os sinais encontrados no corpo.
"Havia vários hematomas em diferentes colorações, o que mostra que as lesões ocorreram em momentos distintos", explicou o delegado.
Diante da situação, a equipe da Delegacia de Homicídios foi acionada e a mãe acabou presa. Posteriormente, a Justiça determinou monitoramento eletrônico, mas ela se mudou para Pato Branco.
Meses depois, o laudo de necropsia foi concluído pela Polícia Científica de Cascavel. O documento apontou que a vítima sofreu múltiplas lesões, incluindo escoriações e equimoses em diversas partes do corpo — cabeça, ombro, dorso, punhos, mãos, pernas e pés.
"O laudo foi muito detalhado. Constatou-se inclusive padrão de lesões provocadas por objeto cilíndrico. A criança apresentava também fraturas em duas costelas, hematomas no fígado e rins, além de edema e necrose no pâncreas. Não é compatível com queda", destacou Moza.
O delegado explicou que o exame demorou porque foi necessário encaminhar material genético da criança para esclarecer a causa da morte. Também ficou comprovado que a vítima tinha diversas lesões na cabeça em épocas diferentes.
O laudo concluiu que a morte foi causada por ação contundente, resultando em traumatismo torácico e abdominal, pancreatite traumática e peritonite aguda. As lesões foram classificadas como intencionais e incompatíveis com acidentes domésticos, configurando Síndrome da Criança Espancada.
"São várias lesões, em momentos diferentes", reforçou o delegado.
A Polícia Civil tem 10 dias para finalizar o inquérito. Durante perícia no local, foi localizada uma fita crepe compatível com algema.
"Esse material foi apreendido e solicitei exame de DNA para verificar se contém material genético da criança. Queremos confirmar se era usado para amarrar os pulsos da vítima", concluiu Moza.
Fonte: CATVE
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