Quatro pessoas foram presas suspeitas de envolvimento na morte do professor de jiu jitsu, Thiago Louzada Charpinel Goulart, de 43 anos, assassinado a tiros em janeiro deste ano, em Vila Nova de Colares, na Serra, Grande Vitória.
Segundo a Polícia Civil, o crime foi planejado pela sogra da vítima, Vanda de Oliveira Rosa, 54 anos, motivado por uma disputa judicial pela guarda da filha dele, uma menina de 6 anos, que também ficava sob os cuidados da avó.
As informações foram divulgadas pela PC esta terça-feira (16).
Luiz Fernando Moreira Souza, 30 anos, conhecido como "Mancha"; Higor Reis de Jesus, 30 anos; e William dos Santos Pereira, 29 anos foram presos por participar da emboscada. A Polícia Civil também apura a possível participação da irmã de Vanda no crime.
A mãe da criança morreu dias após o nascimento da menina. Desde então, a filha passou a viver com a avó materna, Vanda, apontada como a mandante do crime.
De acordo com a investigação, Thiago trabalhava em dois empregos e se estruturava financeiramente para entrar com um pedido de guarda da filha, o que gerou incômodo na sogra.
Emboscada e execução
Segundo o delegado Rodrigo Sandi Mori, chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, Vanda foi até traficantes da região 15 dias antes do crime e disse que o genro abusava sexualmente da filha, possibilidade descartada durante as investigações.
A mentira custou a vida do pai da garota.
“A Vanda e o Thiago tinham muitas divergências em relação a criação e educação da neta. O estopim para a morte foi o fato dele estar se preparando para pegar a guarda da filha. Isso a Vanda jamais admitiria. Por esse motivo, ela foi até o chefe do tráfico, Luiz Fernando Moreira Souza, o ‘Mancha’, e disse a ele que a criança estava sendo abusada sexualmente pelo pai. E, pela lei do tráfico, todos sabemos que molestadores são punidos com a morte”, explicou o delegado.
Ainda de acordo com a polícia, "Mancha" determinou que Higor Reis de Jesus, 30 anos, e William dos Santos Pereira, 29 anos, executassem Thiago.
"[Vanda] Ela convida o pai para ir até o local do crime. Após a ligação, vai até uma distribuidora na mesma calçada e avisa ao Luiz Fernando que a vítima iria ao encontro da filha. O Higor e o William chegam em uma motocicleta. William conduz o veículo e Higor desembarca vestido com roupa de uma empresa. Ele caminha em direção à vítima e surpreende o pai pelas costas com quatro disparos de arma de fogo na cabeça, que ocasionaram a morte no local", detalhou Sandi Mori.
Criança foi usada no plano
Segundo a polícia, após o assassinato, a menina foi levada à Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Ela contou que a avó ofereceu uma caixa de bombons para que atraísse o pai até o local do crime, sem saber que ele seria morto.
Em depoimento, a menina negou qualquer tipo de abuso por parte do pai ou de outras pessoas, confirmando que a versão apresentada pela avó era falsa.
"A Vanda é uma pessoa extremamente fria, calculista, dissimulada. A frieza dela ainda é demonstrada na análise do aparelho celular, onde verificamos que, após o crime, ela enviou o vídeo do Thiago morto para várias pessoas", disse o delegado.
Atualmente, a filha de Thiago está sob a guarda dos avós paternos.
Celular com imagens de crianças
Os quatro presos vão responder por homicídio qualificado por motivo torpe, e impossibilidade de defesa da vítima. Os três homens também por associação ao tráfico com emprego de arma de fogo.
No celular do traficante "Mancha", a polícia encontrou imagens de pornografia infantil. A origem das fotos vai ser investigada e o traficante pode ser autuado por outros crimes relacionados.
Fonte: G1
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