A cidade de Timbó, no Vale do Itajaí, foi palco de um feminicídio brutal na noite de terça-feira (23), por volta das 21h30. Edenir Aparecida Goulart de Bittencourt, de 54 anos, foi atingida por um disparo de arma de fogo na cabeça, dentro de uma caminhonete Ford Ranger estacionada na Rua Pomerode, bairro Pomeranos. Ela chegou a ser socorrida com vida, mas morreu horas depois no hospital.
O principal suspeito é o companheiro, identificado como Gerimia Rodrigues de Bittencourt, de 47 anos, que foi preso em flagrante. O delegado Aderlan Camargo, responsável pelo caso, solicitou a conversão da prisão em flagrante em preventiva.
Disparo à queima-roupa dentro do veículo
Segundo as informações obtidas com exclusividade pelo Jornal Razão, um policial civil chegou ao local logo após os disparos e encontrou Edenir caída parcialmente para fora da caminhonete, com sangramento intenso na cabeça.
Ela ainda apresentava sinais vitais, mas em estado crítico. O SAMU e o Corpo de Bombeiros foram chamados para prestar atendimento, e a vítima foi levada ao Hospital OASE, onde não resistiu aos ferimentos. A morte foi confirmada às 5h33 da manhã seguinte.
O policial civil acionou a PMSC para prestar apoio à ocorrência, e testemunhas indicaram que o atirador havia fugido a pé para os fundos de uma residência próxima. Os policiais entraram no terreno e localizaram Gerimia escondido atrás de uma parede, com o celular em mãos. Ao ser abordado, ele confessou que havia atirado contra a esposa.
Segundo relato prestado à Polícia Civil, Gerimia afirmou que acreditava estar sendo traído por Edenir com um homem residente em Indaial. Ele contou que, no dia do crime, colocou a esposa no carro e pediu que ela o levasse até a casa do suposto amante. Durante o trajeto, conduzia a caminhonete já portando um revólver calibre .38.
Em determinado momento, segundo ele, Edenir tentou pegar a arma, o que teria resultado em dois disparos acidentais. O terceiro tiro, conforme disse em depoimento, foi intencional e atingiu a cabeça da esposa.
Apesar de confessar o crime, Gerimia alegou que não queria matar a companheira, e sim o suposto amante. “Não queria matar a esposa em momento algum, apenas o amante da mesma”, declarou à polícia.
Arma, munições e antecedentes
A arma utilizada no feminicídio foi localizada escondida nos fundos da residência onde Gerimia se escondeu. Trata-se de um revólver calibre .38 da marca Rossi, com três munições deflagradas e outras intactas. Ao lado do local também foram encontradas mais 13 munições em perfeito estado, além de algumas deflagradas.
O autor possui antecedentes por porte ilegal de arma de fogo em 2015. Desta vez, foi autuado por feminicídio e por portar arma de uso permitido em situação ilegal. O veículo da vítima foi recolhido e entregue a familiares do casal. Os celulares dos dois também foram apreendidos para análise.
Investigação em andamento
A Polícia Civil trabalha com a linha de investigação de que o crime foi motivado por ciúmes e possível vingança. O delegado Aderlan Camargo destacou que a frieza da execução e os detalhes do depoimento indicam um comportamento premeditado, apesar da alegação do autor de que não pretendia ferir a esposa.
O pedido de prisão preventiva foi encaminhado ao Judiciário, e Gerimia segue à disposição da Justiça no Presídio Regional de Blumenau.
Fonte: Jornal Razão
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