Tortura de jovens que terminou em morte foi transmitida ao vivo

Foto: Reprodução/Facebook

As três jovens argentinas que foram encontradas esquartejadas foram identificadas na última quinta-feira (25) pelas autoridades. O crime foi descoberto seis dias após o desaparecimento das vítimas, na região metropolitana de Buenos Aires.

As vítimas, Brenda Castillo e Morena Verri, ambas com 20 anos, e Lara Gutiérrez, de apenas 15 anos, foram encontradas mortas em uma casa associada a uma organização criminosa. Conforme informações do secretário de Segurança de Buenos Aires, a tortura e o assassinato das jovens foram transmitidos ao vivo por redes sociais, em um grupo fechado com cerca de 45 pessoas. A principal linha de investigação aponta que o triplo homicídio foi ordenado por um traficante foragido, como forma de vingança.

As três vítimas residiam em La Matanza, distrito mais populoso da província de Buenos Aires, e atuavam como profissionais de entretenimento adulto. Elas foram vistas pela última vez no dia 19 de setembro, às 21h29, entrando juntas em uma Chevrolet Tracker branca, no cruzamento próximo a um posto de gasolina em La Tablada.

O encontro teria sido marcado com um suposto cliente, que ofereceu 300 dólares para cada uma. Depois disso, não houve mais contato. Os celulares foram desligados por volta das 3h da madrugada do dia 20. A primeira pista concreta surgiu com o rastreamento do veículo e do último sinal do celular de Lara, registrado na cidade de Florencio Varela, onde os corpos foram localizados.

Os restos mortais foram encontrados no dia 24 de setembro, enterrados no subsolo de uma residência que, segundo a polícia, está ligada a uma facção criminosa. Dois dos corpos estavam dentro de sacos plásticos. A perícia revelou que as vítimas foram mortas entre seis e dez horas após entrarem no carro.

O laudo também confirmou que Lara, a mais jovem, foi vítima de tortura extrema antes da execução: teve cinco dedos da mão esquerda e uma orelha amputados, e em seguida foi degolada. A casa onde os corpos estavam apresentava manchas de sangue, forte cheiro de cloro e sinais de escavação recente.

Até o momento, 12 pessoas foram presas pela polícia argentina. Dois indivíduos, um homem e uma mulher estavam no imóvel e, segundo os investigadores, tinham a função de limpar a cena do crime. Os proprietários da casa, também detidos, são apontados como integrantes de uma quadrilha ligada ao tráfico de drogas.

Alguns dos presos já foram identificados:

Maximiliano Andrés Parra, 18 anos

Daniela Ibarra, 19 anos

Miguel Ángel Villanueva Silva, 25 anos (cidadão peruano)

Magalí Celeste González, 28 anos (cidadã peruana)

As investigações indicam que a ordem para a execução partiu de um traficante peruano foragido, líder de uma organização criminosa que atua na favela 1-11-14, em Buenos Aires, e comanda pontos de venda de drogas na região sul da capital.

A polícia trabalha com a hipótese de que o assassinato das jovens foi motivado por um roubo cometido por uma delas. De acordo com relatos, uma das vítimas teria se apropriado de um quilo de cocaína e 70 mil dólares pertencentes ao líder da facção. Esse teria sido o estopim para o plano de tortura, execução e exposição pública do crime como forma de intimidação e controle.

Fonte: RICTV