O ataque de extrema violência que deixou duas mulheres mortas e mobilizou um grande aparato policial na manhã desta quinta-feira, 20, no bairro Vila São José (Laranjinha), em Criciúma, Sul de Santa Catarina, teve novos desdobramentos divulgados pelas forças de segurança.
O agressor, identificado por familiares como Kevin da Silva Silveira, foi morto pela Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) após ameaçar vizinhos, policiais e até uma criança de três anos com uma espingarda. As vítimas eram a mãe dele, Rita de Cássia, e a irmã, Talia da Silva Silveira.
Por volta das 11h, a Polícia Militar recebeu uma chamada informando que duas mulheres haviam sido alvejadas por disparo de arma de fogo. Quando chegaram ao endereço, os policiais encontraram Kevin em surto, extremamente agressivo e portando uma espingarda. Conforme o boletim de ocorrência, ele gritava com vizinhos e com a guarnição, apontando a arma para todos ao redor.
Vizinhos pediam intervenção imediata, afirmando que dentro da casa ainda havia uma mulher agonizando. Uma criança de três anos havia corrido da residência poucos instantes antes, relatando que o autor apontou a arma para sua cabeça e seria o próximo alvo.
Os policiais iniciaram verbalização, ordenando que Kevin largasse a espingarda. Ele ignorou todas as orientações e manteve o comportamento violento. Em um dos momentos críticos, o homem direcionou a arma longa diretamente contra a guarnição.
Diante da ameaça iminente de morte e com vítimas ainda vivas dentro da residência, a PM realizou um disparo para neutralizar o agressor. Kevin soltou a arma, tentou correr para os fundos da casa, deu alguns passos e caiu ao solo.
A guarnição imediatamente solicitou prioridade via rádio para envio urgente de equipes do Samu, tanto para atender o autor quanto para socorrer as vítimas ainda dentro do imóvel.
Relatos de moradores reforçam que a criança só sobreviveu porque conseguiu fugir e foi acolhida por uma vizinha. Segundo testemunhas, Kevin afirmava há semanas estar em uma “missão para matar todos”, em razão de surtos psicóticos agravados pelo uso de drogas.
Vizinhos também relataram comportamento perturbador anterior, dizendo que ele consumia drogas frequentemente no quintal e se masturbava na área externa da casa.
Ao entrar no pátio, os policiais localizaram uma das vítimas caída ao solo, com grande quantidade de sangue, já sem sinais vitais. No interior da casa, em um dos quartos, encontraram a segunda vítima, também sem vida.
Ambas as mulheres foram mortas com golpes de punhal, conforme informou o Tenente Bruno de Pádua Cavalcante, da Polícia Militar, ao portal Sulinfoco.
A perícia encontrou grande quantidade de sangue por vários cômodos, indicando forte luta corporal. No porão, havia um buraco parcialmente aberto que, segundo a PM, possivelmente seria usado para ocultação dos corpos.
Familiares desabafaram nas redes sociais. Uma parente afirmou:
“Kevin já apresentava surtos psicóticos e dizia estar em uma missão. Nesta tragédia, foram minha tia Rita e minha prima Talia. Três crianças ficaram sem mãe. Se outras pessoas estivessem em casa, seria ainda pior.”
Rita era conhecida como pastora evangélica e mantinha forte atuação comunitária. Talia era mãe de três meninas.
Polícia Civil investiga motivação, histórico e circunstâncias da morte
A Polícia Científica realizou a perícia nos cômodos internos e externos da casa, recolheu a faca usada nos ataques, a arma de pressão e a espingarda empunhada contra os policiais. O Instituto Médico-Legal (IML) recolheu os corpos após mais de 1h30 de análise da cena.
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar:
Circunstâncias do duplo homicídio
Motivação
Histórico clínico e comportamental do autor
Uso de entorpecentes
Ameaça à criança
Dinâmica do confronto que resultou na morte do agressor
A identidade das vítimas já foi confirmada pela família, mas aguarda formalização no laudo oficial. A ocorrência segue em investigação.
Fonte: Jornal Razão
Foto: Jornal Razão

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