O Governo do Estado deu início nesta quinta-feira (4) aos pagamentos da Bolsa Cuidador Familiar, iniciativa que tem como objetivo valorizar o trabalho de cuidadores de pessoas idosas e pessoas dependentes de cuidados de longo prazo. A legislação integra o programa Paraná Amigo da Pessoa Idosa e garante condições para assegurar recursos financeiros a familiares responsáveis pelo cuidado diário.
A implementação ocorre de forma gradual, a partir de um projeto-piloto. São 20 cidades contempladas: Toledo, Francisco Beltrão, União da Vitória, Cianorte, Irati, Ivaiporã, Dois Vizinhos, Cascavel, São Mateus do Sul, Palmeira, Araucária, Ponta Grossa, Marialva, Londrina, Marechal Cândido Rondon, Prudentópolis, Guarapuava, Guaratuba, Colombo e Pato Branco. Cada município receberá 15 bolsas, totalizando 300 benefícios destinados a cuidadores familiares de pessoas idosas em situação de fragilidade e dependência.
O recurso poderá ser creditado aos beneficiários até a próxima semana, em virtude dos trâmites bancários. O acesso ao valor é realizado pelo aplicativo de poupança social, dos beneficiários previamente incluídos no programa através de busca ativa das equipes dos Núcleos Municipais de Cuidado.
Os investimentos são executados pela Secretaria de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa. A secretária Leandre Dal Ponte destacou que os primeiros pagamentos representam muito mais do que um depósito em conta. “Isso representa mais do que um repasse financeiro: é o Estado reconhecendo o esforço, o cuidado e a dedicação de quem está presente diariamente, muitas vezes sem ser visto. É uma demonstração de dignidade, respeito e justiça para quem tanto faz e historicamente recebeu tão pouco”, disse.
"A iniciativa fortalece a rede de cuidado e apoio em todas as regiões do Estado, ampliando a proteção e a dignidade das famílias atendidas", acrescentou.
Para receber o benefício, o familiar precisa ter 18 anos ou mais, residir no mesmo domicílio da pessoa idosa, estar inscrito no CadÚnico com registro válido e atualizado e integrar família com renda per capita de até um salário mínimo nacional. Também é necessário declarar aptidão física e mental para a atividade. Já a pessoa idosa deve apresentar fragilidade clínico-funcional, segundo registro no Sistema de Informação da Pessoa Idosa do Paraná (SIPI/SESA), e não estar institucionalizada, além de estar incluída no Cadastro Único.
A seleção dos beneficiários é realizada pelos Núcleos Municipais de Cuidado dos municípios participantes. O benefício, no valor de meio salário-mínimo nacional (R$ 759 em 2025), é concedido em prestações mensais, sem excluir outros auxílios eventualmente recebidos pelo cuidador.
A coordenadora de Políticas Públicas para a Pessoa Idosa da Semipi e presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa, Larissa Marsolik, ressaltou que a Bolsa Cuidador Familiar reconhece e valoriza quem dedica a vida ao cuidado diário de pessoas idosas.
“É uma forma de reconhecer o esforço e a dedicação de familiares, muitas vezes mulheres, que assumem integralmente o cuidado. O programa qualifica o atendimento, evita a institucionalização e reforça o compromisso do Estado com a proteção da pessoa idosa. O programa qualifica o atendimento, evita a institucionalização e fortalece a política pública de proteção à pessoa idosa no Paraná”, afirmou.
A secretária municipal de Assistência Social de Cianorte, Andressa Belo Safira, afirmou que o convite para o município ser piloto da Bolsa Cuidador Familiar marcou um momento importante para o município. “Cianorte tem como princípio o respeito e a dignidade da pessoa idosa. A política do cuidado é grandiosa porque garante autonomia e qualidade de vida. Muitas vezes, o cuidador familiar fica invisível, perde vínculos sociais. A Bolsa é um reconhecimento, um apoio que faz diferença para quem cuida e para quem é cuidado”, disse.
Fonte: AEN
Foto: Roberto Dziura Jr/AEN

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