Ciclone avança sobre a região; confira a rota e previsão de saída do fenômeno

Foto: MetSul

A Região Sul segue em alerta pela passagem do ciclone extratropical que provoca prejuízos desde a segunda-feira (8/12) no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Em poucas horas, os Estados registraram episódios de alagamentos, destelhamentos e outros transtornos causados por temporais isolados e rajadas de vento.

A boa notícia é que o fenômeno, formado na fronteira entre a Argentina e o Brasil e acompanhado de uma frente fria, já tem data para terminar. Segundo o meteorologista Guilherme Borges, da FieldPRO, o ciclone começa a se afastar gradualmente do continente entre a madrugada e a manhã de quinta-feira (11/12).

“Neste momento, o ciclone está sobre o Rio Grande do Sul, com destaque para a frente fria associada a ele e que se estende até a região Sudeste do Brasil. Ele vai se deslocar na direção da região central do Oceano Atlântico no sentido nordeste, e a frente fria seguirá o mesmo caminho”, explica à Globo Rural.

O que é um ciclone?

Definido como um sistema de baixa pressão na atmosfera terrestre, o ciclone é classificado de acordo com a localização geográfica e intensidade. O extratropical, por exemplo, em ação nesta semana no Brasil, se forma em latitudes mais elevadas e é comum na região Sul. Uma das principais características é a capacidade de provocar mudanças abruptas no clima, como volumes elevados de chuva, rajadas de vento e, em alguns casos, até queda de granizo.

Veja a rota do fenômeno

Segundo a MetSul, durante a tarde e noite desta terça-feira (9/12), o centro do ciclone se desloca para Leste, em direção à região da Lagoa dos Patos, no Leste gaúcho. Esse movimento traz uma intensificação dos efeitos no litoral e em áreas mais próximas ao mar, com risco de chuvas fortes, granizo e ventos intensos.

Na quarta-feira (10/12), o ciclone atinge o ponto mais intenso da sua trajetória, com o centro do sistema se localizando muito próximo ao litoral gaúcho, na costa rente à Lagoa dos Patos. A pressão atmosférica central será de 982 hPa a 984 hPa. Durante o dia, o ciclone mantém sua posição perto da costa, ainda causando instabilidade, mas já começa a se afastar um pouco mais para o mar ao longo da tarde e noite.

Na quinta-feira (11/12), o ciclone começa a se afastar mais do continente, com o centro atingindo 983 hPa e se deslocando rapidamente para o Leste-Sudeste, já a centenas de quilômetros do litoral gaúcho. Embora o sistema perca força, a região ainda poderá sentir os efeitos remanescentes de ventos fortes e chuvas.

O que ainda pode acontecer devido ao ciclone?

Enquanto o sistema não se afasta do país, o ciclone continua exigindo atenção das autoridades. Nesta terça-feira (9/12), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta vermelho de grande perigo para todo o litoral do Rio Grande do Sul, válido até 23h59 de quarta-feira (10/12), devido à previsão de ventos costeiros intensos.

Em Santa Catarina, a Defesa Civil avisa que o vento nordeste, combinado com o deslocamento do ciclone extratropical, deve intensificar a agitação marítima e provocar ressaca ao longo da faixa litorânea. O risco é considerado de moderado a alto entre a noite desta terça e a quinta-feira (11/12). As ondas podem chegar a três metros na Grande Florianópolis e atingir até quatro metros no Litoral Sul, com picos ainda maiores em alto-mar.

A orientação do órgão é evitar atividades de navegação, pesca, esportes marítimos e banho de mar, além de caminhadas ou pedaladas na orla se as ondas estiverem atingindo a ciclovia. No Sudeste, região que está fora da rota direta do ciclone, os efeitos da frente fria associada ao sistema também serão sentidos.

Segundo a meteorologista Josélia Pegorim, da Climatempo, o avanço do fenômeno pelo Sul deixará o tempo instável em São Paulo a partir desta terça-feira (9/12). Há risco de temporais, descargas elétricas e rajadas de vento de 100 km/h.

“Algumas áreas devem receber volumes entre 50 a 100 milímetros, como a parte norte da Grande São Paulo, Vale do Ribeira, região de Sorocaba, Itapetininga, Avaré, Ourinhos, Bauru, Piracicaba, Campinas, Bragança Paulista, Serra da Mantiqueira, São Carlos, Mococa e Ribeirão Preto”, diz.

Fonte: Globo Rural