Paraguaios são resgatados de trabalho degradante em lavoura de mandioca no interior do Paraná

Foto: CATVE

Dezoito trabalhadores rurais de origem paraguaia foram resgatados em uma operação conjunta do Ministério Público do Trabalho (MPT), Polícia Federal de Guaíra e Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron), realizada nesta quarta-feira (23), em Perobal, no Noroeste do Paraná. Eles viviam e trabalhavam em condições análogas à de escravo na colheita de mandioca.

A investigação teve início a partir de denúncia recebida pelo MPT, que indicava o aliciamento de trabalhadores no interior do Paraguai para atuarem no Brasil em condições precárias. Os migrantes foram trazidos em táxis pagos pelo próprio empregador, com os custos posteriormente descontados dos primeiros salários.

Durante a fiscalização, os órgãos constataram diversas irregularidades, como ausência de registro em carteira, salários inferiores aos pagos a brasileiros que realizavam a mesma função, e descumprimento das normas de segurança e saúde do trabalho, previstas na Norma Regulamentadora nº 31.

No local, os trabalhadores estavam sem acesso a água potável adequada, equipamentos de proteção individual (EPIs), sanitários móveis e espaço apropriado para refeições. Eles eram transportados em uma Kombi, juntamente com ferramentas, e alojados em moradias improvisadas na cidade vizinha de Maria Helena. Um dos alojamentos apresentava esgoto a céu aberto, colchões sujos no chão, cozinha sem pia, e banheiro sem chuveiro elétrico.

Um homem foi preso em flagrante durante a ação. Ele é apontado como responsável pelo aliciamento e pela exploração dos trabalhadores em condições degradantes. O suspeito vai responder por submeter pessoas a condições análogas à escravidão, crime que prevê pena de dois a 12 anos de reclusão.

Os trabalhadores resgatados estão acolhidos temporariamente em Umuarama, na Associação de Apoio à Promoção Profissional (APROMO), e devem retornar ao Paraguai com apoio do consulado do país em Guaíra ainda nesta sexta-feira (25). As investigações continuam para identificar outros envolvidos.

Fonte: CATVE