Um professor de informática e empresário de Itajaí, identificado pelo Jornal Razão como Luiz Alberto Nagel, de 63 anos, natural de Paranaguá (PR), foi preso nesta quarta-feira (1º) durante uma megaoperação da Polícia Civil que se estendeu por sete estados brasileiros. Nagel é suspeito de utilizar sua empresa de manutenção de drones para adaptar os equipamentos e transportar drogas e celulares para dentro de presídios no Rio Grande do Sul.
A investigação foi conduzida pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) de Bagé (RS) e contou com apoio de forças policiais de Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. No total, foram cumpridos 70 mandados de busca e apreensão em 32 cidades, além de cinco prisões preventivas.
Segundo a polícia, o grupo criminoso movimentou mais de R$ 18 milhões em dois anos. Além da prisão de Nagel e de sua esposa, Darlene Cardoso Alves, também foram apreendidos três drones, baterias, controles remotos e celulares.
Como funcionava o esquema
De acordo com as investigações, Nagel recebia os drones de membros da facção e fazia adaptações mecânicas, instalando braços articulados que permitiam o transporte de drogas, celulares e até chips de internet para dentro da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC), no Rio Grande do Sul.
As modificações eram feitas em Itajaí, onde funcionava a empresa de manutenção de drones mantida pelo professor. Segundo a polícia, os equipamentos apreendidos mostram que o esquema era altamente profissional e contava com peças de reposição, baterias extras e controles dedicados exclusivamente às operações criminosas.
Repercussão e defesa
A prisão do professor causou grande repercussão em Itajaí, onde ele também atuava no setor educacional. Informações obtidas com exclusividade pelo Jornal Razão confirmam que Nagel está recolhido no Complexo Penitenciário do Vale do Itajaí.
Em nota enviada ao Jornal Razão, o advogado criminalista Gasparino Corrêa, que representa o casal, afirmou:
“O empresário mencionado atua há muitos anos de forma legal e regular no ramo de comercialização e manutenção de drones, sendo reconhecido por sua dedicação e seriedade no setor. Por se tratar de investigação que tramita em segredo de justiça, não é possível fornecer maiores detalhes neste momento. Confiamos que, no curso do processo, ficará demonstrada a inocência do casal, com o restabelecimento da verdade dos fatos.”
O que foi apreendido
Na ação em Itajaí, além dos drones, a polícia apreendeu:
Dois celulares iPhone Pro Max
Um veículo elétrico BYD Song Pro
Uma motocicleta Honda Africa Twin
Diversos acessórios e peças para drones
Todos os bens foram colocados sob custódia da DRACO e tiveram bloqueio judicial.
Contexto da investigação
As apurações começaram em 2023, após o fechamento de um laboratório de refino de cocaína em Bagé, onde já haviam ocorrido cinco prisões em flagrante. Na época, celulares apreendidos apontaram para o uso de drones no transporte de drogas e aparelhos eletrônicos para presídios.
A polícia afirma que o esquema contava também com operadores financeiros e uso de dezenas de “laranjas” para movimentar valores que superaram R$ 18 milhões em contas bancárias.
A operação segue em andamento, e a Polícia Civil não descarta novas prisões nos próximos dias.
Fonte - Jornal Razão
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